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21 setembro 2010

Matemática também é Poesia

Estava eu toda atenciosa e aplicada ao meu trabalho de geometria, quando me deparei com esse poema. Eu achei até que engraçadinho, por isso postei ele aqui.

Matemática é Poesia
"Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base…
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.
“Quem és tu?” indagou ele
Com ânsia radical.
“Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa.”
E de falarem descobriram que eram
- O que, em aritmética, corresponde
A alma irmãs -
Primos-entre-si.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais.
Escandalizaram os ortodoxos
Das fórmulas euclideanas
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas
E pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e
Diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.
E casaram-se e tiveram
Uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
Se torna monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum…
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
Chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a
Relatividade.
E tudo que era expúrio passou a ser
Moralidade
Como aliás, em qualquer
Sociedade."
(Millôr Fernandes)

Interessante o jogo de palavras que ele faz, não? (é, parei.)
Ontem eu estava conversando com um amigo meu, falando sobre várias coisas, inclusive sobre meu novo corte de cabelo!! Enfim, essa conversa me fez lembrar de como eu me divertia com coisas tão pequenas e que só uma pessoa fazia um pedaço de papelão velho virar um pergaminho perdido do Antigo Egito com poderes mágicos... e me fez lembrar também que há semanas eu sequer reservara um tempo pra essa pessoa na minha mente.
Esse poema aí de cima lembrou a minha implicância com os números quando pequena, meu pai irritado porém não desistindo de me ensinar a ver as horas num relógio tradicional, e também a minha avó me obrigando a aprender a Tabuada do 2 ao 20 com 6 anos de idade.
Coisas tão pequenas mas que estão guardadas na minha cabeça, e de tão guardadas eu já nem lembrava mais que exitiam. Eu não sei se devo agradecer ao meu amigo por me fazer lembrar ou àqueles que me ensinaram algumas das coisas mais simples que se tem. Bem, de qualquer forma, obrigada Luiz, Marco, Cecília, Elizete, Sidney e Arcanjo.. (perdão pelos muitos que faltaram, mas esses marcaram mais.)



"A propósito, eu tentei dizer que eu te conheço desde antes
Em pé na fila para ver o show de hoje à noite"  (By the Way - Red Hot Chilli Peppers)

2 comentários:

  1. Bonitinho Pataloka , mais ainda não gostando de matematica eu prefiro este...
    Não saco nada de fisica, literatura ou gramatica, só gosto de Educação Sexual,e eu odeio quimica quimica quimicaaaaaaa .. rrsrs +_+

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