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06 março 2012

Aquelas tardes não tão vazias

"Ela se sentou em sua cadeira, aproximando-se lentamente de sua mesa. O dia estava alaranjado, e os raios sutis de fim-de-tarde invadiam os blocos de vidros da parede, iluminando em linhas curvas aquelas folhas de papel em branco e fotografias que estavam em cima da cama se misturando com cadernos, peças de roupas e algumas fitas coloridas.
Pegou algumas das páginas em branco e uma caneta que estava jogada por ali. Pôs-se a viajar em seus pensamentos, e transcrevê-los exatamente como as imagens surgiam a cada milésimo de segundo em sua mente.

E começou...

'Aquele dia parecia como qualquer outro, uma tarde monótona de terça-feira (talvez) na presença daqueles seres que sempre me faziam rir, dia a dia, em qualquer circunstancia...'

- Não, isso está péssimo! - resmungou. Rabiscou todo o trecho e recomeçou.

'Era uma tarde gostosa de verão com seus conhecidos mais chegados...'

- Definitivamente não! - Rabiscou novamente o trecho que acabara de escrever. Debruçou-se sobre a mesa espalhando algumas folhas e deixando cair alguns lápis que estavam perdidos de seu estojo naquela superfície.

Seu diskman estava ligado, e dele saía algo parecido com blues ou folk, e escutava-se uma melodia calma, arranjos simples e de natureza tão bela quanto os feixes curvos de luz alaranjada que invadiam janela adentro. Alguns versos, os mais nítidos, eram:

...tô louco pra fazer um rock pra você...
...tô punk de gritar seu nome sem parar...

Ela seguia o ritmo da canção com um baile de dedos no ar, acompanhando seus agudos, graves e variações das quais a envolviam por inteira. Fechou os olhos para imaginar a dança das notas musicais em torno dela, tudo para aumentar ainda mais aquela paz que estava sentindo. Acabou por adormecer.

No embalo da canção ela pode ver seu tão amado Interlocutor em uma imagem tão vívida quanto era realmente, prometendo pela terceira ou quarta vez aquele tão esperado mundo maravilhoso que nunca fora dado antes. Aquele dia ao lado daquele que a confortava passara tão rápido, que ao passo de 5 minutos poderia se dizer que o tom marinho já havia tomado o céu por inteiro.

A partir de então, ela se viu em um dos lugares que a acolheu mais que qualquer outro canto de sua própria casa, e ali, diante de seus olhos ela presenciava a cena mais frustrante dos últimos tempos, aquele mesmo dono dos olhos de mar deixando-se levar por carência, talvez. Baque. Nenhuma novidade.

Sentou-se em uma cadeira que estava por ali para assistir a cena mais dolorosa e engraçada de sua vida. 

'Enfim seu dia chegou!' - uma voz estranhamente familiar e ao mesmo tempo desconhecida aproximara-se da orelha da guria. 

'Meu dia? Ora, meu dia de que?' - ela resmungava para si com a certeza de que o dono da tal voz misteriosa não a ouviria.

'Ora, minha pequena... chegou seu grande dia de olhar a seu redor e perceber que isto não é que tu queres e seguir sua vida, pois de agora em diante farei disso tudo um mero passado.' - ela deu um salto assustada com o que acabara de ouvir. Olhou ao seu redor e não notou qualquer ser que pudesse ter aquela voz tão conhecida.

Abriu os olhos. Seu celular fazia um escândalo sobrenatural - era uma mensagem:

'Semana que vem eu vou te ver!'


...fiz uma chanson d'amour, fiz um love song for you...
...fiz una canzone per te para impressionar você...

5 comentários:

  1. Oia, to tendo participação no blog *.*

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  2. éé bocó.. você fica perturbando meus devaneios com mensagens >.< UASHAUSHASU ♥

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  3. aiusehausiehuisahe

    Só porque adoro te atrapalhar ♥

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  4. AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

    Tanto faz que o comentário não tem nada a ver com o post (fora o meu sms) mas eu quis vir aki dar parabéns tamem -.-

    E eu vim!

    E num dah nada!

    HSAeiuHSAIEh

    Parabéééns Gaabs!

    E como em todos os outros lugares, toda felicidade do mundo pra vc xD

    Um beijo enrome, um abraço apertado e obrigado pelos peixes xD

    =***

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